Tuesday, November 25, 2008
Solução para a crise financeira
É inegável que o mundo está cada vez mais chato. Não o famigerado planeta, mas as pessoas em si, as instituições, nós são-paulinos, enfim. Afirmo, seguramente, que 95.4% da população terrestre é chata, o que não significa que o 4.6% restante seja legal.
Em tempos de crise financeira mundial, as pessoas, além de preocupadas e pessimistas, se acham doutores em economia formadas em Harvard, o que as torna ainda mais chatas.
Por conta disso, cheguei à conclusão de que, em tempos de crise, o melhor a fazer é simplesmente dormir. Tirar aquela pestaninha.
É verdade! A começar pelo fato de que dormir é grátis, não se gasta nada. Basta uma cama, um sofá, uma rede ou uma canga na praia. Depois, é fechar os olhos e relaxar. Claro, se você vive em um país anglo-saxão e não consegue mais pagar a tal da mortgage da sua casa, isso talvez lhe tire o sono, mas por outro lado, continua sendo grátis, já que nem a tal da mortgage você está pagando.
O segundo ponto importante de dormir é o fato de que, durante as horas na horizontal, você não precisa iniciar nenhuma conversa furada com ninguém dos 95.4%, nem mesmo com os outros 4.6%. E isso, meu chapa, não tem preço (já falei que é de graça). O mundo pode estar desabando, a economia de Bangladesh quebrando, mas enquanto estiver dormindo, você estará em paz. A menos que durma com a televisão ou o rádio ligados, mas aí você não merece dormir e descansar como um “princeso”.
Por último, mas não menos importante, ao dormir, além de não pagar nada, não interagir com nenhum chato e não ouvir que o pior da crise financeira mundial ainda está por vir, você ainda sonha com os anjinhos e, se der sorte, com uma anjona nórdica, loira e de seios fartos, o que de fato é um sonho.
Não é mesmo, Patrick?
Wednesday, November 5, 2008
É tetra!!!
E não é que na última quinta-feira, 30 de outubro, me tornei tri às 19:29 (horário de Sydney) e tetra às 19:41? É verdade! Paloma, minha irmã, deu à luz (no caso, às luzes) à Georgia e ao Patrick, respectivamente, somando mais dois sobrinhos para a minha coleção. Com isso, chego a 4, conquistando o tetra e, segundo a lei australiana, entrando no rol dos homens que não precisam ter filho.
Sim! Na Austrália há uma lei federal que exime todo e qualquer tetra-tio de ter filhos. O governo inclusive nos ajuda com verbas para que possamos cumprir com as nossas obrigações e nos aperfeiçoar no ofício, que incluem manter a geladeira do cunhado repleta de Tooheys New, comprar tickets para eventos infanto-desportivos-culturais e adquirir todas as temporadas de “Two and a Half Men” para treinamento intensivo com o Charlie Sheen.
O casal de pimpolhos, graças ao bom Deus, chegou ao planeta de Barack Obama com muita saúde e via parto normal (havia 3 anos que no Royal Hospital for Woman não rolava parto normal de gêmeos, na mesma semana foram dois). O intervalo entre um e outro – douze minutos – é absolutamente cabalístico e faz deles as novas paixões do titio. Obviamente eu não estava na sala de parto no momento, pois não possuo estrutura física, emocional, mental e espiritual para presenciar nascimentos. Mas tenho acompanhado tudo e posso dizer que estou em estado de graça. Principalmente pelo fato deles serem lindos e não terem nascido com cara de joelho - o que é raro.
A geografia dos “Two Little Things” é bastante interessante. Ambos são australianos, filhos de brasileira com australiano, netos e bisnetos de croatas, brasileiros e uruguaios, e tataranetos de brasileiros, italianos, libaneses e mais croatas. Ou seja, trazem parte recente da história migratória dos séculos XX e XXI, que foi movida por duas Guerras Mundiais, anos de Guerra Civil no Líbano e na Croácia, ditaduras militares na América Latina, crises econômicas no mesmo continente e o mais novo destino migratório do Brasil: a Austrália.
E o melhor de tudo: por terem pai torcedor do Liverpool e tio legal são-paulino (sim, eu), Georgia e Patrick já chegam ao planeta com 1 a 0, gol do Mineiro. Well done Paloma e Rob, e bem-vindos, little mates!
Ah! E viva Barack Obama, que acaba de vencer a eleição e prometeu um mundo melhor para todos, incluindo aí os meus sobrinhos. Bush, você está demitido!
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