O escritor Ignácio de Loyola Brandão, certa vez disse que a inspiração é o prazo. Uma das frases mais perfeitas que já li.
Desde que o ano começou, o dia 14 de janeiro vinha sendo a minha grande inspiração. A quantidades de textos, entrevistas, piadinhas e reportagens para entregar no dia 14, sexta passada, era descomunal. E, mesmo que acordasse com o pé esquerdo, não haveria tempo para não estar inspirado, pois o prazo era a inspiração. Acordar de ressaca, então, era um luxo que eu não pude me permitir (exceto aos sábados e domingos, claro).
Com o Australian Open se aproximando, The Ashes de cricket acabando e a prova do IELTS logo ali na esquina, precisei tomar medidas extremas e adquirir alguns equipamentos como tv, rádio, dvd, frigobar e uma cafeteira nova, promovendo o meu quarto do posto de escritório para o de redação.
Sim, meu amigos e amigas, agora vivo literalmente dentro de uma redação, com informação chegando 24 horas por dia, além de cafeteira para me manter acordado e frigobar para receber visitas (não podemos esquecer que ainda é um quarto).
Com isso, enquanto tiro um texto para a Radar, outro para a Ozzy, coloco uma piadinha no Facebook, escrevo esse post, marco duas reuniões para o meio da semana, passo o terceiro cafezinho do dia, reponho o six-pack de Tooheys no frigo, espio o livro do IELTS, começo a pensar com os Canários em um evento para angariar fundos para Queensland/Rio de Janeiro, dou um tapa no samba enredo do CarnaCoogee 2011 e sou obrigado e comer chocolates da flatmate finlandesa, acompanho o primeiro dia do Australian Open no monitor número três. E gostei do que vi!
Aos urubus de plantão: estou de férias da escola, posso trabalhar o máximo que consigo.
Sharapova, a deusa russa, passou tranquilamente pela tailandesa Tanasugar, que enquanto tenista não passa de uma grande comedora de panang. Parciais de 6-1 / 6-3 com os gemidos de sempre (coisa de deusa russa). Caroline Wozniacki, dinamarquesa número um do mundo que entrou na quadra sob pressão e também é um e-p-e-t-á-c-u-l-o, sapecou 6-3 / 6-4 pra cima da argentina Gisela Dulko e respirou aliviada. Fechando os jogos da tarde na Rod Laver Arena, a principal, Roger Federer jogou muito, está voando e passou sem dificuldades pelo eslovaco Lukas Lacko, parciais de 6-1 / 6-1 / 6-3 (acho que não vai ter pra ele).
Porém, o grande jogo da sessão vespertina foi entre o francês Gael Monfils e o holandês Thiemo de Bakker. Monfils começou o primeiro set com tudo e acabou perdendo no tie-brake. O holandês passeou no segundo, chegou a sacar para fechar a partida no terceiro, mas teve o saque quebrado pelo francês, que renasceu das cinzas, ganhou o terceiro set no tie-brake e atropelou como um trator nos dois sets seguintes, fechando a partida em 3 a 2, parciais de 6-7(5) / 2-6 / 7-5 / 6-2 / 6-1 . O norte-americano Andy Rodick acaba de vencer o checo Jan Hajek por 3 a 0 (6-1 / 6-2 / 6-2) e nas próximas rodadas certamente jogará como nunca e perderá como sempre. Venus Williams, a deusa negra do Lecão, é a próxima a entrar nessa quadra e depois será a vez da belga Justine Henin, aquela mesma que é a cara do Juninho Paulista. Neste exato momento, a australiana nascida na Sérvia que vive atormentada pelo pai maluco, Jelena Dokic, tenta repetir o conto de fadas de 2009, iniciando a participação contra a checa Ondraskova. A torcida está apoiando em peso e em clima de Copa Davis.
Entre os jogos da noite, destaque para o sérvio Novak Djokovic, campeão em 2008, que enfrenta o espanhol Marcel Granollers, ao vivo no Channel Seven. E amanhã, o brasileiro Marcos Daniel terá a ingrata missão de estrear contra o apache Rafael Nadal, número um do mundo que mesmo com os joelhos zoados, vai longe.
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