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Pode não parecer, mas estamos há exatos 10 dias das eleições que decidirão o primeiro-ministro (ou a primeira-ministra) que dirigirá a Austrália pelos próximos, humm, digamos, 3 anos.
A incerteza pelo tempo deve-se ao sistema eleitoral daqui, que não determina eleição de x em x anos, e sim em no máximo 3 anos a partir da primeira reunião do novo Parlamento.
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A propósito, disputando cabeça-a-cabeça estão a atual primeira-ministra Julia Gillard, do Label Party, e Tonny Abbott, líder do Liberal Party, porém, os eleitores não votarão diretamente neles, mas no parlamentar de sua preferência do distrito onde mora. Assim, o partido que tiver maioria na House of Representatives, o Parlamento daqui, tem o seu líder nomeado como primeiro-ministro.
Alguns amigos que viajaram em junho/julho tomaram um susto quando retornaram e viram que Kevin Rudd, o então primeiro-ministro, havia deixado o cargo. Na verdade, foi obrigado a se retirar numa das manobras políticas mais feias que vi na vida (e olha que sou brasileiro), sendo derrubado pelo próprio partido.
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Os motivos são vários, sendo o principal a intenção de aumentar os impostos sobre os lucros da extração de minérios no país (a maior indústria da Austrália). Foi suicídio! Porém, oficialmente, o Label Party forçou sua saída sob o pretexto de que o governo estava saindo dos eixos, perdendo popularidade e, com as eleições em vista, Julia Gillard, então Ministra da Educação, teria mais chances. É o famoso blá, blá, blá político.
Ela, natural do País de Gales, uma das caras do governo Rudd, assumiu na maior saia-justa, foi vista como traidora por grande parte da opinião pública, mas por ser mulher, inteligente e batalhadora, conseguiu contornar sem grandes estragos à sua imagem.
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Já Tony Abbott é um maluco mantido 24 horas com camisa de força pelo seu partido, pois quando abre a boca em geral só fala abobrinha. Agora não, pois como eu disse, está sendo vigiado de perto pelos seus partidários. Atleta, o que mais assusta é quando ele sai pedalando de sunga e chapeuzinho dos salva-vidas, bem ao estilo 1989 de Fernando "o presidente dos descamisados" Collor.
Correndo por fora, mas sem nenhuma chance, está o Green Party, uma espécie de Gabeira um pouco mais sério e sem os exageros da sunga de crochê que ele usava nos anos 70, em Ipanema, mas com muita movimentação em Bondi Beach.
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Há 5 meses, ninguém seria louco de pensar que Kevin Rudd não se reelegeria. Depois que Julia Gillard assumiu, o Labor Party caiu nas pesquisas e Tony Abbott passou à frente. Hoje, eles estão disputando voto a voto, pois a diferença é mínima, mas ainda é uma eleição para o Labor Party ganhar. Caso isso não ocorra, será muito mais uma derrota monumental do Labor Party do que uma vitória do Liberal.
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