O trem de volta, do Estádio Olímpico de Sydney para a Central Station, reuniu a maior concentração de pessoas por metro quadrado que não estavam ouvindo Ipod.
Depois de duas horas de petardos atrás de petardos, clássicos atrás de clássicos, proporcionados pela maior banda de rockn'roll do planeta, ninguém ousou colocar o foninho branco no ouvido. Motivos?
1. A cota de decibéis da noite já havia estourada.
2. Depois de duas horas de AC/DC, vai ouvir o que?
Desde 1990, quando assisti ao meu primeiro grande show em estádio, um Hollywood Rock que juntou Bon Jovi e Marillion na mesma noite, além do tal do EMF (you're unbelievable, lembram?) e Lulu Santos, que tomou uma sonora vaia, venho ticando as bandas que faltam para eu assistir, e o AC/DC era uma que incomodava.
Não consegui vê-los quando foram ao Brasil, nos idos dos 90, e, ao lado de Van Halen e David Bowie, vinham me pressionando no topo da lista. VINHAM!
Assistir ao AC/DC na Austrália, ver os caras na casa deles, tem um sabor especial. É o mesmo que ver o Paul Mccartney tocando com o Ringo Starr em Liverpool, fumar um charuto com o Fidel em Cuba ou participar do especial de final de ano do Roberto Carlos gravado em Cachoeiro do Itapemirim.
Principalmente pra nós que moramos nos Eastern Suburbs de Sydney, cercados por belas praias e gente do mundo inteiro (incluindo suecas). Há dez anos sem se apresentar por aqui, a banda nos deu a oportunidade de presenciar um pouco da Austrália de verdade, do australiano de verdade, que vai muito além do salva-vidas do SLSA e do Mick Dundee com o chapéu e a bermuda do Outback.
E se por uma lado havia figuras únicas, verdadeiros tomadores de VB e Jim Beam, por outro também tinha muitas crianças (crianças mesmo), além de vovôs e vovós. E todos convivendo numa boa, chegando no estádio gritando, empolgados, mas civilizadamente; lá dentro, sem empurra-empurra, respeitando as filas para comprar cerveja e ir ao banheiro; e quando começou o show, sem aquele tradicional arrastão em direção ao palco que esmaga os coitados que madrugaram na porta do estádio para garantir um lugar na frente, e sem aquelas rodas patéticas com uma monte de cara suado se arrebentando.
Quem abriu o show foi o Wolfmother (parece que teve outra mas quando cheguei eram eles), ótima banda australiana que até hoje não se conformou por não ter nascido nos anos 70. Sorte nossa, pois os caras trazem uma forte influência de Sabbath, algo de Deep Purple e Led Zeppelin, mas fazendo um som bem atual, algo que qualquer banda de garagem gostaria de fazer (acreditem, num mundo dominado por dj's, música eletrônica e produtores que só querem faturar, isso é um grande elogio). Sonzeira!
Quanto ao show do AC/DC, não tenho o que falar. Uma banda que há 4 décadas vem produzindo clássicos como The Jack, T.N.T., Highway to Hell, Hells Bells, You Shook Me All Night Long, Back in Black, For Those About to Rock (We Salute You), Thunderstruck e Rock 'n' Roll Train, todas tocadas, na verdade, executadas durante o show, o máximo que posso falar é que o Angus Young, com cada vez menos cabelo e cada vez mais inchado, está a cara do Erasmo Carlos, o Tremendão. E a pergunta que não quer se calar, é:
A brasileira, conhecida mundialmente pela pouca roupa na praia e pelo umbigo de fora em todo lugar, não é adepta do topless. Nos shows do AC/DC, aí no Brasil, durante clássicos sacanas como The Jack e You Shook Me All Night Long, rolaram peitos ao vivo no telão como aqui?
PS: fotos de Guta Campos e Rodrigo Holler (essa última definitivamente de Rodrigo Holler)
rock and roll é o melhor tipo de som que há, AC/DC é a melhor banda de rock and roll do mundo. Logo?
ReplyDeleteSensacional! Ponto. Parágrafo. Grande abraço.
ReplyDeleteAdorei! kkk ... estamos dando mta risada, vc tem otimas sacadas e as fotos entao ...kkk ... soh vc pablito!
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