Essa quinta, 20 de maio, acontece a segunda edição do The Pitanga Project, festa da Vibez Brazil em parceria com a Baluart 03 Productions (e apoio do blog, claro). E dessa vez por uma boa causa. Na verdade, uma ótima causa!
Toda verba arrecadada será doada para a Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer*, de São Paulo, que tem como voluntária a digníssima senhora Maria Nilce Gimenez, mãe do nosso glorioso Balu.
A festa será no M'ocean (1/34 A Campebell Parade - Bondi Beach), a partir das 19h30, serão cobrados simbólicos $5 de entrada e terá apresentação ao vivo de ninguém menos do que Geléia (ou Jam Leia, se preferirem) e Rogério Pulga, que tem o acompanhado na Tropical Jam. Durante a noite, eles contarão com algumas participações, entre elas uma convidada mais do que especial: Rafaela Nardi!
Para quem não a conhece, em 7 de julho de 2009, aos 29 anos, Rafaela foi diagnosticada com câncer de mama, aqui na Austrália. Ela voou para o Brasil, passou por seis sessões de quimioterapia, uma cirurgia, um mês de radioterapia e em fevereiro de 2010 já estava de volta à Austrália, tendo vencido o câncer.
A seguir, entrevista exclusiva com a Rafa.
Quando chegou na Austrália?
Em agosto de 2007, vim para estudar inglês e tentar viver de música. No Brasil é difícil, nunca deu muito certo, mas aqui é diferente, a gente tem mais espaço, os músicos são mais profissionais e estudam música pra valer. Sem contar que adoram Bossa Nova.
Faz tempo que você canta? Conseguiu achar espaço por aqui?
Eu estudo música desde criança, sempre cantei e é o que gosto de fazer. Após quase dois anos na Austrália, as coisas estavam começando a rolar legal pra mim. Estava me apresentando em functions, bares e, pela primeira vez, havia agendado shows para 3 finais de semana seguidos. Eu estava muito feliz! Até que veio a notícia.
Como você descobriu o câncer? Qual foi a reação?
Eu estava com um caroço no seio, um nódulo, que foi diagnosticado como câncer de mama. Malígno. Pensei: como assim? Eu tinha 29 anos, tudo estava indo tão bem na minha vida, imaginei que os caras se enganaram, que os médicos australianos estavam errados, essas coisas. Mas era sério. Felizmente, sou muito forte por natureza, muito positiva, comunicativa, coloquei na minha cabeça que chegaria no Brasil e iria me curar.
Como foi o anúncio para a família no Brasil?
Eu simplesmente não conseguia ligar. Demorei um dia e meio para criar coragem e mesmo assim não consegui. Decidi que ligaria na manhã seguinte, por conta do fuso-horário, e quando ia pegar o telefone, minha mãe ligou. Falei que tinha algo sério para convesar, e ela já mandou: “Tá grávida!”. Quem me dera, respondi. Contei, foi muito difícil, cheguei a pedir desculpas, que é um padrão que as mulheres repetem quando descobrem que estão com câncer de mama. Aliás, os pensamentos, o que passei, as reações da família, foi tudo exatamente igual a um livro sobre o assunto que uma amiga me deu.
Como foi no Brasil?
Descobri no dia 7 de julho de 2009, no dia 16 já estava no Brasil. Aí foi aquela coisa pesada, pois a quimioterapia é muito forte, exige muito fisicamente. Quanto mais jovem é a pessoa, mais agressivo é o câncer. Fui para a primeira sessão, e a segunda só faria em 15 dias. Acontece que no décimo dia simplesmente acordei sem o nódulo. Sumiu 100%! O médico falou que nunca tinha visto aquilo na vida, ele ficou muito impressionado. A sensação que senti foi indescritível! Mas, claro, continuei o tratamento até o final, foram 6 sessões de quimio no total, fiquei totalmente careca, aquelas coisas. Depois fiz a cirurgia, foi de boa, e na sequência mais 1 mês de radioterapia. Dia 11 de fevereiro de 2010 eu já estava de volta à Austrália.
O que você tirou de toda essa experiência?
Hoje sou uma pessoa 40 mil vezes melhor. Agradeço por ter passado por tudo isso, foi uma questão de evolução minha, de valorização da vida, de mudança de valores, eu já tinha uma ligação muito boa com a minha família, depois então ficou fantástica. Posso falar que dentro do possível tirei de letra, numa boa, vivendo dia após dia. Agora, a cada 3 meses faço novos exames, pois nos dois primeiros anos há sempre o risco de voltar. Mas eu nem penso nisso, só quero viver, cantar e ser feliz.
Para mais detalhes e informações sobre a festa, ouça hoje à noite, a aprtir das 21h30, o programa Vibez Brazil na 89.7 Eastside FM. Caso tenha acabado a pilha do radinho, ouça pela internê mesmo: http://eastsidefm.org/listen-online/
*ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE COMBATE AO CANCER
Razão Social: Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer
R. General Jardim, 618 cj. 52
Vila Buarque - São Paulo - SP
CEP 01223-010
CNPJ 00219822/0001-68
Insc. Estadual: isenta
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