Por ora, não temos Samba Cine Clube por aqui (vide post anterior), nem mesmo exibição do gênio Cartola programada para breve, mas não é por isso que ficaremos a ver navios em Sydney.
Bem, se quiser ver, é só ir na Circular Quay, pois estamos em plena época de vê-los aportar na harbour - mas não foi isso o que eu quis dizer.
O fato é que hoje, a partir das 22h, Fernando Aragones, Sandro Bueno e Simon King tocarão no Sticky Bar, em Surry Hills (182 Campbell St), de graça.
Isso mesmo! Música e músicos da melhor qualidade se apresentando na faixa em um bar que dispensa apresentações (usei o recurso "dispensa apresentações" pois nunca estive lá).
Mas sei que a comida é muito boa no restaurante do andar de baixo (Table for 20) e o ambiente bem bacana no andar de cima. Portanto, é diversão garantida!
Disparado, entre os versos mais bonitos da música brasileira. Cortesia de Agenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, um dos maiores sambistas do Brasil (se não for o maior), co-fundador da Estação Primeira de Mangueira, o carioca de origem humilde que só gravou seu primeiro álbum aos 66 anos - sendo que já compunha desde os 20 - e deixou clássicos como "Quem me Vê Sorrindo", "Alvorada", "Tive Sim", "O Mundo é um Moinho", "Peito Vazio", "Cordas de Aço", "Tempos Idos" e, claro, "As Rosas Não Falam".
Hoje, no Samba Cine Club, em Melbourne, será exibido Cartola - Música para os Olhos (2006), documentário dirigido e escrito por Lírio Ferreira e Hilton Lacerda que conta a história do artista e tem participação de nomes como Paulo Autran, Chico Buarque, Carlos Cachaça, Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Nelson Cavaquinho, entre tantos outros.
Mais! O Samba Cine Club terá como tema gafieira, com direito à aula a partir das 18h com RJ & Ali, da Casa de Latino. O filme começa às 19h e, após a exibição, a festa continua com as bandas Ozagogo (originária do Trio Agogo) e Chili Samba, fechando depois com os DJ's Vinyl Itchy e Guido Bambaata.
O Samba Cine será na 1000£Bend (361 Lt Lonsdale St – entre a Elizabeth e a Queen). Entrada $10. Para mais informações, visite http://sambacineclub.wordpress.com/.
Alguém já foi na Brazilian Box, pizzaria recém-inaugurada em Darlinghurst, perto da Taylor's Square (24 Flinders Street)?
Eu ainda não e os comentários que ouvi inicialmente não foram bons. Porém, parece que eles mudaram algumas coisas no cardápio, no próprio atendimento e nas últimas duas semanas ouvi elogios.
Pelo o que entendi, a proposta da casa é fazer pizza ao estilo que temos no Brasil, ou seja, usando ingredientes como catupiry, palmito, gorgonzola, provolone e outros que não são usuais nas pizzas daqui. E a melhor maneira para descobrir se é boa ou não, é indo lá.
Minha dica é para irem às quintas-feiras, noite em que o Mestre Jeronimo, um dos caras que mais toca violão por essas bandas, desfila um repertório de MPB bem ao estilo dos bares brasileiros. Hoje ele se apresenta das 19h45 às 22h15.
Outra opção é ir neste sábado, quando a cantora Rafaela Nardi soltará seu vozeirão - o número um do Hero of Waterloo - a partir das 20h, também com muita MPB. No sábado, sei que eles cobram $10 de couvert, mas com direito a uma cerveja Skol ou refrigerante. Às quintas, imagino que não cobram nada, mas não tenho certeza (na dúvida, liguem lá: 1300 771 663). Segundo o site, as pizzas variam de $17.95 a $23.95, enquanto o calzone tem preço único de $12.
De qualquer maneira, vale a pena dar uma olhada para conhecer e fiquem à vontade para comentar aqui no blog. Assim que der, também darei um pulo para ver e escrever.
Na edição da Radar Magazine que está nas ruas, entrevistei ninguém menos do que o grande Les Murray, também conhecido como Mr. Football, o homem que é a cara do futebol na Austrália. Trabalhando há 30 anos na SBS Television e com sete Copas do Mundo no currículo, perguntei a ele quais foram os principais erros da seleção australiana na Copa da África do Sul, disputada no ano passado, e ele respondeu:
Más decisões do técnico Pim Verbeeck no primeiro jogo (contra a Alemanha). Pim Verbeeck não entendeu a mentalidade australiana, que é muito diferente da europeia, por exemplo. Você não pode falar para um jogador australiano que ele não é bom o suficiente para vencer a Alemanha, pois ele acredita que pode. Você tira a força mental dele. Gus Hiddink, o técnico anterior, compreendeu isso e foi pra cima do Brasil na Copa de 2006. Tudo bem, a Austrália perdeu por 2 a 0, mas dominou a maior parte do jogo. Eles não eram defensivos. Já Verbeeck armou o time com dez jogadores dentro da área e eles se revoltaram no vestiário, não queriam ir para o jogo, precisou um oficial da FIFA bater na porta e avisar que era hora de ir, senão perderiam a partida. Os jogadores estavam totalmente confusos.
Ontem, Austrália e Alemanha se enfrentaram pela primeira vez desde o chocolate de 4 a 0 em Durban. Antes do plério, Holger Osieck, técnico da Austrália nascido na Alemanha, disse que os Socceroos entrariam em campo para vencer - postura totalmente diferente do covarde Verbeeck.
Jogando na Alemanha, os Socceroos sofreram gol de Mario Gómez (o jogador, não o ator) aos 26 minutos do primeiro tempo, empataram com um belíssimo gol de Carney aos 16 do segundo e viraram 3 minutos depois com um pênalti pessimamente batido pelo lateral Wilkshire, alcançando a primeira vitória australiana na história diante da Alemanha.
Les Murray, claro, matou a charada como poucos, enquanto Holger Osieck mostrou que está conduzindo os Socceroos no caminho certo. Com Brasil 2014 como objetivo principal, tudo o que tenho a dizer é "abaixo a covardia, vamos jogar futebol". E isso serve pra todo mundo!
Há uns meses, em algum café da Bondi Road, vi a revista pela primeira vez. Colorida, gratuita e com ar anárquico, não resisti e devorei em poucos minutos, dando boas risadas ao longo de 16 páginas de cartuns. Eram todos em inglês e algo me intrigou.
Ao mesmo tempo em que vi personagens e humor bem australianos, em outros os temas eram mais universais e o tipo de piada um pouco mais familiar, o que me levou diretamente ao expediente.
Quando li Director-editor: Marcelo Aveline / Cartoonists: Jon Hawley, Claudio Spritzer, Piti Dutra, Rachel Owen..., veio a certeza de que tinha brasileiro na jogada. Gostei ainda mais!
Não demorou para eu conhecer o Marcelo Aveline, o gaúcho que teve a ideia de combinar cartuns com publicidade em uma revista mensal distribuída em bares, cafés, pubs, cinemas, farmácias, newsagencies e diversos outros lugares dos Eastern Suburbs de Sydney.
E agora, em março, a Tongue n' Cheek acaba de completar um ano de vida e circulação de 15 mil exemplares, trazendo cartuns especiais de aniversário e cornetando as eleições de New South Wales (que sova, Labour Party/Cristina Keneally!), política nacional e carbon tax, entre outros assuntos. Vale a pena dar uma olhada e acompanhá-la!
Ao Marcelo e à Tongue n' Cheek, parabéns pelo primeiro ano. É sempre bacana ver brasileiros se integrando com a cultura australiana através de iniciativas como essa. Ainda mais trabalhando com um craque como o Jon Hawley, ilustrador, cartunista, poeta, apresentador da Eastside FM e agitador cultural dessas bandas.
Enzo Rodrigues Raddatz chegou na madrugada desta terça, às 3:10, com 3.495 kg e 51 cm. Mãe e filho passam bem. O pai, nem tanto, já que ainda está tomado pelo sentimento de homem mais feliz do planeta.
Sexta-feira passada fui jantar com os pais do Enzo. A mãe, prestes a entrar na quadragésima semana de uma das gestações mais tranquilas que ouvi falar, era a imagem da confiança. Tudo o que tinha de ser feito, havia sido feito. Era só esperar.
Jamais vou esquecer num final de tarde do início deste ano, dia de Iemanjá, quando eu estava no sul da areia de Bondi Beach e a encontrei, barrigudíssima, por lá. Fomos até a o final da praia, nas pedras perto do Icebergs, e ela, Janaína, fez oferendas para... Janaína, a rainha do mar. Assisti ao ritual e, daquele dia em diante, na minha cabeça aquele pedaço virou o Canto de Iemanjá.
O pai, Tércio, o chef de cozinha que mais receitas tive o prazer de publicar (e degustar), preparou um jantar mais do que especial na última sexta. Sabíamos que seria espécie de última ceia antes da chegada do Enzo e, para celebrar, ele abriu um canhãozinho guardado há tempos na adega.
Tércio é gaúcho, natural de Ijuí, e o vinho era ninguém menos do que o Lote 43 da Miolo, uma das melhores botejas já produzidas no Brasil, mais especificamente no Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul. O nome é homenagem ao patriarca da família, o italiano Giuseppe Miolo, que ao desembarcar no país, em 1897, comprou um pedaço de terra no Vale dos Vinhedos, o lote 43.
O imigrante teve filhos, netos, bisnetos... e hoje é Adriano Miolo, o enólogo da família, quem faz a seleção das melhores Cabernets Sauvignon e Merlots que resultam neste vinho maravilhoso. Detalhe: o Lote 43 só é produzido quando há safras excepcionais, como foi a de 2005, que brindamos ao Enzo.
Como está a safra 2011 no sul do Brasil, não sei. Mas peço a Deus que abençoe a safra de crianças que vem por aqui, a começar pelo mais novo Colorado. Esse já nasceu tinto!
Ontem foi dia de ignorar a garoa, esquecer a chuva e passar a tarde no Centennial Park, onde aconteceu a Sunshine Cup, torneio de futebol com verba destinada ao Leandro Barata. Os jogos foram disputados no Brazilian Fields, o campo onde todo santo domingo, há décadas, os Canarinhos jogam sua sagrada pelada. Antes de mais nada, um obrigado ao Sydney Brazilian Social Club, aos inestimáveis patrocinadores e...
... ao Rodrigo, o cara que fez o possível e o impossível para a Sunshine Cup acontecer.
Com oito equipes, o regulamento foi simples: quatro jogos na primeira fase, os vencedores fazendo a semifinal e os dois que sobrarem disputando a final. Jogos de 20 chuvosos munutos por 20 encharcados minutos. Os favoritos eram os Canarinhos, que tinham o melhor elenco no papel, jogavam em casa, no Ninho dos Canários, com o apoio da torcida e sob os olhares da diretoria, incluindo Dinamite Zé das Medalhas, que veio direto do Roque Santeiro e já dava como certa a conquista.
Ele só não esperava que Erick Teixeira, o Euriquinho, também conhecido como professor Paixão, patrocinador deste blog e manager/técnico da AcademiesAustralasia FC estava decidido a ser campeão. E após algumas goleadas e partidas mais apertadas, a grande final foi justamente entre os Canários e a Academies.
Do lado dos Canários, Guilherme, como sempre, ditava o ritmo do time enquanto Fabio Ceni fechava o gol, Daniel e Banana tiravam tudo lá atrás, Balu era o balanço da meia-cancha, Ronaldo caía pela direita, Pablo fazia graça pela esquerda e ninguém fechava pelo meio. Era o fator Marcone que mudaria a história da partida.
Do lado da Academies, professor Paixão armou o time fechadinho, com apenas um atacante, mas com um banco de reservas que fez a diferença (até porquê era o único time que tinha mais jogadores na reserva do que em campo). Apoiado no entrosamento da dupla Beto e Betinho, na segurança de Junião, no bom goleiro William, na visão de jogo de Osmar, no ritmo de Rafael Hora, no toque de bola e velocidade de Davi, na habilidade de Marcelo e no bom futebol de Caio, Marcio e Renato, a Academies estava redonda.
Os Canários abriram o placar com Balu e viram a Academies empatar com Betinho de cabeça (sim, de cabeça). O jogo estava morno, até que Marcone foi para o campo e em seu primeiro lance foi derrubado pelo arqueiro adversário. Penalidade máxima convertida por Guilherme. A partir daí o jogo esquentou e alguns jogadores só não foram mandados para o chuveiro pelo fraco árbitro porque não havia chuveiro. Quando tudo parecia que o troféu ficaria no Ninho dos Canários, a Academies igualou, levando a decisão para os pênaltis.
Em cobranças alternadas eliminatórias, mesmo com Fabio Ceni debaixo da trave, a Academies levou a melhor e faturou a primeira edição da Sunshine Cup, com professor Paixão recebendo boa parte dos méritos pela conquista.
O personagem Apesar da festa mais do que merecida de Erick, o grande personagem da tarde foi mesmo o lendário goleiro Sergio Steve Martin Potumati, o Sergião. Em duelo ainda na primeira fase, ele defendeu o pênalti de Vinicius, levando o seu time para a semifinal do torneio.
Mais! Este foi o centésimo pênalti defendido na carreira, o que o fez ganhar a taça "Rogério Ceni daqui há 30 anos", que habita o Centennial Park. Muito pesada e com o restante do pessoal mais preocupado em comer churrasco e tomar cerveja (não necessariamente nessa ordem), Sergião optou por deixá-la por lá mesmo.
Fez bem, pois iluminado que só ele, foi agraciado com potes e mais potes de ouro, cortesia dos gnomos, duendes e leprechaus que residem no parque. Sergião até pediu a camiseta empresatada para um deles e registrou o momento em que abasteciam seu porta-malas.
A denúncia Porém, nem tudo foram flores na Sunshine Cup. Abaixo segue o momento exato em que o juiz recebe das mãos do professor Euriquinho Teixeira a mala recheada de dólares. Pela lisura da comunidade, proponho a abertura imediata da CPI da mala bege com listras brancas que, em hipótese alguma, poderá ter o professor Paixão como relator ou membro.
Resultados finais Information Planet 1 x 5 Canarinhos; Stay Global 0 x 1 Oi Exchange; Student World 2 x 2 Power Guidos (2x3 nos pênaltis); Australasia 4 x 0 ABCC; Canarinhos 8 x 1 Oi Exchange; Power Guidos 0 x 1 Australasia; Canarinhos 2 x 2 Australasia (3 x 4 nos pênaltis). Agradecimento especial: Gel e Chicão por todo o apoio e palavras no final.
Hoje, das 20h às 23h, no BB's, vai rolar a Bondi Jam, jam session organizada pelo guitarrista brasileiro (e agora cidadão australiano) Red Slim. A ideia é simples: BYO instrument, o que significa traga o seu instrumento, suba no palco e toque. A única regra é a proibição total de ensaios. Ou seja, mais jam impossível!
O BB's fica na 78 Campbell Parade, exatamente aqui. Entrada grátis! Detalhe: de segunda a quinta a pint de Guinness custa somente $5. Pe-ri-go!!!
Apesar do tempo nublado, daqui a pouco seguiremos em massa para o Centennial Park, onde daqui a pouco acontece a Sunshine Cup - A day to raise hope and money for Barata.
Passe lá para tomar uma cerveja com a gente, comer um churrasco, ver meia-dúzia de perna-de-pau fazer golaços e lambanças e, acima de tudo, ajudar a arrecadar dinheiro para o Leandro Barata.
Para mais informações sobre o evento, clique aqui ou desça dois posts para baixo.
Paulinho, no ultimo final de semana, fui à International Wine Fair, feira de vinho da Vintage Cellars, uma das melhores lojas especializadas de vinho do terceiro continente à sua escolha. E, claro, lembrei das feiras que íamos em São Paulo.
Diferentemente do que você escreveu no seu blog sobre o governo brasileiro em relação aos vinhos nacionais (aqui), que dificulta ainda mais a vida do vinhateiro no Brasil, por aqui a relação é outra. O governo na Austrália tem como princípio ser parceiro, e não inimigo, e isso reflete-se claramente na indústria.
A proteção é tanta para os produtores locais, assim como o incentivo, que a gente acaba tomando uma proporção infinitamente superior de vinhos australianos em relação aos importados (exceto neozelandeses). Por um lado é bom, já que o vinho acaba sendo realmente barato para o consumidor, que acaba prestigiando a indústria nacional. Mas por outro é ruim, pois a oferta de importados aqui é muito baixa se comparada, por exemplo, com a que temos no Brasil. E confesso que sinto falta! Por isso, não perco por nada essas feiras internacionais.
Na desta semana, de cerca de 40 produtores, 3/4 eram estrangeiros, o que foi muito bacana. E tendo um stand da Pommery, não tinha como não começar por ele. Dos cinco que provei, o Heidsieck & Co Monopole NV a $49.99 é simplesmente fantástico e o preço é excelente. Já o Pommery Vintage ($109.99) e o Louise Vintage ($284.99) são dois canhãozaços mas fora da nossa realidade por aqui.
Para não me estender muito, listarei alguns destaques por ordem de preço para o público que acompanha a nossa coluna na Austrália. Com exceção do Nederburg Pinotage, que só deve chegar em maio, os outros já estão disponíveis na Vintage Cellars:
Casa Santos Lima Bons-Ventos Rosé (Portugal) - $9.99 Nederburg Pinotage (África do Sul) - $11.99 Casillero del Diablo Chardonnay (Chile) - $14.99 Rosabrook Margaret River Cabernet Merlot (Austrália) - $16.99 Dry Valley Estate Awatere Sauvignon Blanc (Nova Zelândia) - $17.99 Burgans Rias Baixas Albariño (Espanha) - $18.74 Wente Vineyards Beyer Ranch Zinfandel (Estados Unidos) - $19.99 Ruffino Aziano Chianti Classico (Itália) - $24.99 Ruffino Santedame Chianti Classico (Itália) - $29.99 Château Franc-Pérat Grand Vin de Bordeaux (França) - $ 27.49 Casa Santos Lima Touriz (Portugal) - $ 27.49 Norton Privada Malbec (Argentina) - $39.99
E aí na Bahia, Paulo, tem umas feiras bacanas em Salvador ou você precisa ir para outras capitais? E como as lojas estão trabalhando na nossa Ilhéus e Cacau em geral? Achamos vinhos bacanas com preços justos por aí?
Cara, faltam feiras de vinhos no Nordeste. O mercado consumidor de vinhos no Brasil já é uma realidade, mas a coisa ainda está muito limitada entre a região sul e sudeste. Aqui pra cima ainda estamos limitados ao Nordeste Gourmet. Evento do Edinho e da Lícia.
Não que o Nordeste não beba vinho. Quando cheguei aqui, eu ouvia que, quem vem para o Nordeste, não quer vinho, quer cerveja e caipirinha. Realmente! Mas espumantes, brancos e roses, a cada dia, ganham mais espaço devido ao clima. E tinto é tinto! Quem bebe vinho bebe tinto. É inevitável.
Salvador já é bom! Todo mundo trabalha por lá: Mistral, Decanter, Expand, Gran Cru e Enoteca. Nacionais acha todos. E nos restaurantes a oferta está cada vez melhor.
Aqui na Costa do Cacau o trabalho ainda é de formiga, mas está caminhando. Pra mim, é nítido o quanto o mercado está evoluindo no quesito vinho e me sinto, sem falsa modéstia, um pouco responsável por isso. Primeiro pelo fato do meu CPF ser responsável por quase 5% do consumo de toda a região. Segundo porque Fernando Costa e eu estamos há anos colocado de forma quase catequizadora na cabeça dos proprietários de restaurantes, hotéis e casas do segmento o quanto é importante ter o produto vinho no negócio. O quanto é mais gostoso comer com vinho. O quanto é mais saudável, o quanto é mais leve e o quanto isso valoriza a sua comida e, consequentemente, o seu negócio.
Assim, estamos com algumas dezenas de lugares onde podemos sentar e beber. Continuamos limitados, mas estamos evoluindo.
Em Itabuna o lugar é o Empório Bahia. É a melhor adega da região. Em Ilhéus o Bataclan está na frente e o jantar na adega é imperdível. Os melhores preços!
O La Provence, do Hermano, faz um bom trabalho, tem boa infra-estrutura de armazenamento, mas precisa de mais rótulos.
Entre os restaurantes, o Casa Sapucaia possui a melhor carta de Itacaré, enquanto que o Maróstica e o Manjericão (em Ilhéus) têm boas cartas.
Preço bom? Esse é nosso principal problema. O governo da Bahia cobra uma alíquota absurda para produtos importados oriundos de outros estados. Algo perto de 43%. Ridículo! Para você ter uma ideia, estou lhe escrevendo agora do Aldeia da Mata, um hotel bacana aqui de Itacaré. Estou pagando R$ 90,00 em um Alamos Malbec. Dá para acreditar? Coisa de louco! Vatapá com Shiraz!
A ideia inicial era um torneio para arrecadar fundos para as vítimas das enchentes de Queensland e do deslizamento no Rio. Mas sem data em fevereiro, o Sydney Brazilian Social Club, o popular Canarinhos, acabou mudando o destino da doação, porém mantendo o espírito.
Conforme vocês acompanharam nas últimas semanas, desde que o Bondi Rescue exibiu o episódio em que resgataram o Leandro Barata, o assunto voltou com tudo, incluindo matéria sobre ele no Channel 10 na véspera do embarque para o Brasil (aqui).
Com isso, a Sunshine Cup, que seria "a day to raise hope and money for QLD & Rio", passa a ser "a day to raise hope and money for Barata".
Money O evento acontece neste domingo, 27 de março, no Brazilians Fields, o campo 7 do Centennial Park, em Sydney, também conhecido como "Ninho dos Canários". Serão 8 times de 7 jogadores disputando partidas de 40 minutos (20 por 20). Os primeiros jogos começam às 10h e a grande final será às 15h30 (clique aqui para ver a tabela completa). Enquanto isso, nos arredores rolará churrasco, cerveja, refrigerante, música e muito mais. A festa vai até às 17h, está todo mundo convidado e a entrada é grátis!
Para os jogadores, prêmios especiais - um oferecimento dos amáveis patrocinadores (Go Australasia!). E cobertos os custos do clube, todo o lucro será depositado na conta aberta especialmente para o Leandro (para doar, é só clicar no banner ao lado).
Mas como o próprio nome diz, além de money, também estamos falando de hope, e esses dias li algo fantástico sobre um brasileiro que talvez possa fazer não apenas o Leandro, mas milhares de pessoas que se encontram na mesma situação voltar a andar.
Hope O nome dele é Miguel Nicolelis, cientista brasileiro que no ano passado ganhou o cobiçado prêmio de US$2,5 milhões do National Institutes of Health, dos Estados Unidos, para continuar suas pesquisas sobre o funcionamento do sistema nervoso e a interação entre o cérebro e a máquina.
Nicolelis e sua equipe foram os primeiros no mundo a descobrirem as bases neurais de instalação do Mal de Parkinson e têm trabalhado em uma interface cérebro-máquina que liga os neurônios diretamente com os nervos, sem precisar passar pela medula.
Simplificando ao extremo a explicação (com todo respeito à Nossa Senhora da Ciência), o que ele fez foi implantar eletrodos no cérebro de pacientes com o Mal de Parkinson para registrar como se processam as informações sobre a produção de certos movimentos. Com os dados, eles decodificaram os comandos contidos na atividade elétrica dos neurônios associados a esses movimentos.
Depois, ao instalar no cérebro um eletrodo com as informações, digamos, corretas dos movimentos, e um chip para captar os sinais, estes estímulos são convertidos em comandos digitais e captados, como aconteceu com a macaca Aurora, cobaia usada pela equipe de Nicolelis na Universidade da Carolina do Norte, que moveu um braço robótico apenas com o estímulo do pensamento. Se as pesquisas avançarem conforme prevê o brasileiro, essa tecnologia poderá, um dia, possibilitar que um tetraplégico volte a andar.
Paulistano que passa a maior parte do tempo entre os Estados Unidos e a Europa, Miguel Nicolelis também é diretor-científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), no Rio Grande do Norte, que, segundo o próprio, faz “o uso da ciência como um agente de transformação social” e já se tornou referência mundial de pesquisa biomédica. Para conhecer mais sobre o trabalho desse brasileiro que não tem a popularidade de um Big Bother, mas é um dos maiores gênios da ciência moderna, clique aqui.
Bem, agora que eu falei, já não é tão secreto assim. Mas ainda é!
O negócio é o seguinte, nesta quinta-feira, 24 de março de 2011 (neste caso, é importante frisar o dois mil e onze), assim que o sol se pôr, o Foo Fighters, uma das maores bandas de rock do planeta, se apresentará na Sydney Harbour.
Sabendo que a referida baía é grande e inclui lugares como Opera House, Harbour Bridge, Luna Park e até mesmo ferries para Manly, a pergunta que não quer se calar é onde extamente será o show.
E é aí que mora o segredo, já que só sabe quem tem o convite - o que nos leva a inevitável indagação onde eu compro. Sem pestanejar, respondo que você não compra, pois não está à venda, o que não significa que você não tenha 1.2% de chance de ir. Como?
No melhor estilo não dou o peixe, mas ensino a pescar, segue o caminho das pedras (hummm pedras, será que é em The Rocks?): clique neste link, dê um like onde deve ser dado, faça o seu comentário onde deve ser feito e torça para que você seja o escolhido entre centezas de pessoas.
Importante: o prazo termina hoje, às 17h, portanto corra!
Toda essa algazarra deve-se ao fato de ser a apresentação mundial do material de Wasting Light, o novo álbum da banda. Quem não puder ir, terá a oportunidade de assistir ao show no Channel V, em 2 de abril. Wasting Light chega às lojas em 8 de abril.
A temporada 2011 de Fórmula 1 começa neste domingo, na Austrália, mas para o brasileiro Rubinho Barrichello a corrida já começou.
Na verdade, a corrida para chegar em Melbourne, já que neste exato momento ele está preso no aeroporto de Buenos Aires. Esta é a primeira mensagem que o orgulho do Colégio Elvira Brandão postou há menos de uma hora, no Twitter:
Aerporto da Argentina fechado por 48hs.Caos total e eu preciso ir pra Australia.#SOS. Ninguem sabe o q aconteceu...
Poliglota, esta veio dois minutos depois:
Argentina airport has closed it down. No news and I need to get to Australia.Any ideas
Obviamente, choveram ideias para o piloto, que passou a considerar a seguinte hipótese:
Valeu pelas opcoes galera. Acho q vou pegar o barco para Montevideo e de la um aviao pro Chile...
O referido barco é a ferry que diariamente atravessa o Rio de la Plata ligando Buenos Aires a Montevidéu. Pelo que me lembro, são duas opções, uma que leva umas duas horas, algo assim, e outra que chega em pouco mais de meia-hora. Como nunca fiz esse caminho sem, digamos, estar devidamente calibrado com Quilmes, Norteña, Patricia, Malbec ou Tannat, sinceramente não me recordo exatamente do tempo.
Fanfarrices etílicas à parte, sei quem é a responsável pelo caos aéreo da Argentina: minha irmã Paloma!
Sim, meus amigos, ela rezou tanto para fazer o caminho inverso no último domingo, já que estava sozinha com os meus sobrinhos de dois anos e meio (ou seja, sem o marido ou ninguém para ajudá-la), que acabou mobilizando todos os anjos, santos, ajudantes do Papai Noel e demais seres celestiais.
Para quem vinha acompanhando a epopeia dela via Facebook, informo que todos chegaram bem em São Paulo. Mas, claro, foi na base da medicina. Cinco gotinhas mágicas de sei lá o quê para o Patrick e cinco para a Georgia, ainda em Sydney. Tranquilidade total até a Nova Zelândia. Cruzando o Pacífico, enquanto a Georgia ficava naquele estado on/off, "Little Man" recebeu mais algumas gotinhas mágicas e dormiu como um verdadeiro princeso.
Renata e Carla Barrichello, perdão por termos mobilizado toda a paróquia aérea. Agora é a vez de vocês!
Minha única dúvida é saber por que o Rubinho, que ano que vem tem cadeira cativa na nave espacial do Richard Branson, viria para a Austrália de Aerolíneas Argentinas? De qualquer maneira, vai almoçar pollo o carne, Rubens?
Começando com agradecimento especial a All Tax, que renovou mais uma vez com o blog e em junho completa um ano de parceria. Eles se juntaram no ano passado para viabilizar o Guia de Vinhos que lançamos para o brasileiro tomar no inverno. Foi sucesso total e esse ano tem mais. Vivi, Antonio e Luiz, muito obrigrado!
Também gostaria de agradecer a AcademiesAustralasia através do amigo e gerente de marketing Erick Paixão, que renovou pela segunda vez e hoje é uma das empresas que mais apoia as iniciativas brasileiras em Sydney. Não por acaso será o meu time no campeonato de futebol que acontece no próximo domingo com verba revertida para o Leandro Barata (trago todas as informações ao longo da semana).
Não posso deixar de agradecer o Braza, que apesar de ter dado um tempo do blog, foi muito importante nos últimos meses, principalmente para o já citado Guia de Vinhos do ano passado. Birão, muito obrigado!
Com isso, abre-se um espaço para anunciar no PablitoAustralia. Se a sua empresa não é concorrente da All Tax, da AcademiesAustralasia, nem mesmo da Ozzy Study Brazil ou da Radar Magazine, e você tem interesse em estampar o seu logotipo com link direto para o seu website no alto à direita desta home, entre em contato comigo.
Segundo os recentes números do Google Analytics, no último mês o blog teve mais de 2.900 visitas e mais de 4000 pageviews.
Se tem um cara talentoso por essas bandas é o Kid Mac, australiano filho de brasileiros que transita entre a música e o cinema com uma naturalidade ímpar e sempre deixando uma marca bem pessoal no que faz.
Em março de 2010, Mac faturou o prêmio Best Urban Artist no MusicOz Awards. Agora, março de 2011, ele acaba de lançar o single Hear You Calling, com clipe dirigido por ele e participação de Mat. McHugh, do The Beautiful Girls (abaixo). Para comprar no iTunes, clique aqui.
Em breve, Kid Mac lançará seu álbum de estreia, mas enquanto não chega, ele apresenta temas antigos como Showtime, além de faixas novas em uma turnê nacional que começa neste sábado, em Bondi, e segue para mais três estados. Confira abaixo datas, locais e preços:
19/03 Beach Road Hotel - Sydney (NSW) com Bayside Wreckers + My Life + Dax Golding + Chung + DJ Bobby Diigital - Tickets: $15 na porta ($10 na pré da moshtix).
23/03 Republic Bar - Hobart (TAS) com convidados especiais - Tickets: $10 na porta
25/03 Hotel New York - Launceston (TAS) com Bayside Wreckers + JC RonikalTickets -Tickets: $10 na porta ($5 pré-venda)
31/03 Mojos - North Freemantle (WA) com Carl Fox + MoanaTickets - Tickets: $10 na porta
03/04 Manhattan's - Victoria Park (WA) com Minute 36 + Morgan Bain - Tickets: $10 na porta
07/04 Settler's Tavern - Margaret River (WA) com Heddy Fraze - Entrada grátis!
15/04 The Espy (Basement) - St Kilda (VIC) com The Psyde Projects + Bayside Wreckers + Colour Me In Blue - Tickets: $15 na porta ($10 pré-venda)
Eu não sei até quando vai durar, portanto, vale a pena correr para garantir.
Ontem, fazendo um texto para a Ozzy Study Brazil, agência de intercâmbio para qual escrevo aqui na Austrália, fiquei sabendo dessa tarifa promocional da Aerolíneas Argentinas:
São Paulo - Sydney: USD 1099 São Paulo - Auckland: USD 999
Ida e volta para quem vem com visto de estudante!
Para saber mais, dê uma olhada neste post do blog da Ozzy.
E já começa a treinar o portunhol para pedir pollo o carne.
Fernanda Takai, para quem não sabe, é a vocalista do Pato Fu, banda mineira que está longe de ser unanimidade. O que é bom!
Ela se apresenta no The Basement, a melhor casa de show de Sydney, em 20 de abril, quarta-feira, acompanhada do guitarrista John Ulhoa e do tecladista Lulu Camargo, ambos do Pato Fu, além de Mariá Portugal na bateria e Thiago Braga no baixo.
Apesar da presença de 60% do Pato Fu, o show não será focado no repertório da banda, mas em compositores como Chico Buarque, Zé Kéti, Roberto e Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Annie Lennox e John Taylor. Ou seja, MPB e Bossa Nova em estado bruto, com pitadas do hemisfério norte. Parece bem interessante!
Ingressos a $35 à venda aqui ou através do telefone 02 9251 2797.
O show é uma iniciativa da Frank Madrid Arts Consulting com a Diaspora e a Radar Magazine.
Kema Rajandran, esta simpática cidadã australiana de origem indiana, está causando frisson (para usar um termo da indústria) no mundo da moda australiana. Não por ar-ra-sar (para usar outro termo da indústria) na passarela, mas em virtude da uma polêmica.
Após 2 anos trabalhando como modelo no Reino Unido, Kema decidiu tentar a sorte em Perth, capital de Western Australia, um estado muito muito distante de qualquer outro lugar do planeta (incluindo os estados vizinhos).
Pausa para congratulações em Perth: Roberta Toneto, Anderson e, por tabela, dona Elisa e seu Luiz Carlos, parabéns pela ótima notícia. Xixão, a pressão só aumenta no senhor, meu caro, welcome to my world!
Voltando: na segunda-feira passada, Kema enviou uma pequena biografia e fotos para a agência de modelos Chadwick Models, que respondeu dizendo que ela é muito fotogênica e serviria para um dos quadros da agência, porém com a ressalva de que pelo fato dela não ser de origem caucasiana, as oportunidades de trabalho em Perth seriam extremamente limitadas. A morena está possessa!
O mundo da moda, com raríssimas exceções (Naomi Campbell é uma delas), é dominado por loiras, loiras, loiras pintadas de ruivo, modelos com cabelos castanho claro, morenas com olhos verdes ou azuis, morenas exóticas e... mais loiras. Seja em Paris, Milão, São Paulo, Nova York ou Sydney. E Perth, apesar de muito muito distante de qualquer um destes centros, não foge à regra.
A Chadwick Models, claro, já está sendo alvo de uma avalanche de críticas, mas antes de pregá-los na cruz, pergunto: foram eles racistas ou realistas?
Sinceramente, acho que a Chadwick Models é apenas a ponta do iceberg. Eles deixaram de lado a comumente hipocrisia e falaram a verdade - verdade essa que reflete a real face de uma indústria que segue padrões absolutamente específicos de beleza - padrões essses que são, no mínimo, excludentes, e que talvez sejam o reflexo de algo ainda maior: o racismo inerente à sociedade ocidental.
Há dois domingos, o Bondi Rescue, reality show com os salva-vidas/celebridades daqui de Bondi Beach, mostrou o episódio em que eles resgataram o Leandro "Barata" dos Santos, brasileiro que sofreu acidente na praia em dezembro do ano passado e ficou tetraplégico.
A repercussão foi imediata, não apenas entre os brasileiros como também entre os australianos. Tanto que o Channel 10 colocou link no site do Bondi Rescue para a página criada para arrecadar dinheiro para o Leandro (aqui).
Agora a tarde, no mesmo Channel 10, eles levaram ao ar reportagem sobre o brasileiro, mostrando imagens do hospital, entrevistando o pai e o amigo Timbalada, entre outros. A família está voltando para Salvador nas próximas horas e o pai agradeceu a todos pelo apoio, enquanto a repórter falou do papel importante dos salva-vidas, do Royal North Shore Hospital e também da imensa quantidade de anônimos que o ajudaram durante todos esses meses. Tenho certeza de que isso inclui 100% dos leitores frequentes deste blog.
Parabéns a todos por tudo o que fizeram ou se dispuseram a fazer e boa sorte ao Leandro e família!
Clique aqui para ver a reportagem e no banner ao lado para doar.
Que a Austrália tem uma das faunas mais bizarras do planeta, todos sabem: crocodilo gigante de água salgada, ornitorrinco, blue jellyfish, algumas das cobras e aranhas mais letais do planeta, enfim, tem até um marsupial que não anda... pula.
Já São Paulo, notória selva de pedra, não é conhecida por sua fauna, mas ainda guarda espaço para algumas bizarrices provenientes do mundo animal. Uma delas foi captada pelo meu pai no último final de semana, em seu apartamento em plena Vila Olímpia. Na chapa acima, o que está no Manual da Mãe Natureza. Abaixo, seja lá o que isso significa!
Daqui a pouquíssimas horas começa o CarnaCoogee 2011, no Coogee Bay Hotel, em Sydney, e a festa promete. Pelo que estou vendo na janela, hoje São Pedro despertou com abadá, pois o céu está uma beleza (como diriam os mais antigos) e a temperatura subindo.
Balu Gimenez, organizador do CarnaCoogee e presidente de honra do que um dia será conhecido como Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos dos Eastern Suburbs, agradece!
A festa começa oficialmente às 13h, no beer garden, aquela área ao ar livre de frente para o mar. Entrada grátis! Ali serão montadas barracas de comes e bebes, incluindo churrasco, feijoada, pastel, crepe e caipirinha. A programação, que terá DJ's até às 21h, inclui:
15h Chorinho 16h30 Capoeira 18h30 Zumba (whatever it means)
Desde o início da tarde rolará o CarnaBaby, ideia de um grupo de mães que levarão seus filhos fantasiados. Dica: se você for com os seus, pirata, marinheiro, fada, Colombina, Captain Cook e Ronaldinho Gaúcho continuam em alta em 2011.
Às 21h, a festa vai para o Selina's, aquela área interna do Coogee Bay. A entrada é $25 (com direito a abadá). Lá dentro a coisa vai esquentar e a programação inclui:
22h30 Samba Australia 23h30 Bloco apresentando o nosso samba enredo 24h Marchinhas 1h20 Axé e sambas enredo do Rio de Janeiro 2h40 Bruta-montes do Coogee Bay começam a acabar com a festa 3h Fim da festa (até porque ninguém é de ferro)
Domingo de cinzas
Acima está o ensaio do bloco, para você já pegar a melodia, abaixo a letra com a explicação frase a frase e, ao centro, ou seja, neste link aqui, a entrevista que dei ontem na rádio SBS sobre tudo isso que escrevi até agora e um pouquinho mais (obrigado pelo espaço, Rafa).
Do Capitão Cook ao Mate - É carnaval no Coogee Bay (Andrezinho Souza / Pablo Nacer)
How are you bro? How's going mate? É carnaval vem sambar no Coogee Bay!
How are you bro? How's going mate? É carnaval vem sambar no Coogee Bay!
Austrália querida, continente tão distante (sim, gostamos da Austrália e é longe pra chuchu) Terra de beleza fascinante (sim, é linda) Sua história vou contar (é o que todos os sambas enredo fazem, contam alguma história, em geral com índios, negros, caravelas e portugueses, mas não necessariamente nesta ordem)
Capitão Cook, o primeiro (obviamente ele não foi o primeiro, os chineses estiveram aqui em 1422, os holandeses em 1600 e pouco e os aborígenes estão há mais de 40 mil anos, mas sendo o descobridor oficial do país, vamos relevar) Enviado por George III (esse rei, que o enviou, era completamente louco, rivalizava com a nossa rainha dona Maria I, a Louca) Aportou no Rio de Janeiro (sim, a expedição que resultou no descobrimento da Austrália passou pelo Brasil, ficando uns dias no Rio de Janeiro) De lá, pit stop na África (sim, do Rio deu uma passadinha na África do Sul, parada oficial da rota Atlântico-Índico) Em Fiji, o céu observar (além de galardo dos mares, Cap. Cook também era astrônomo, e um dos objetivos da viagem era justamente observar o céu de Fiji) E ao sul, Austrália desbravar (o objetivo principal da missão)
O branco e o negro (todo samba enredo precisa ter o branco e o negro) O bretão e o índio (todo samba enredo precisa ter índio e, no caso da Austrália, o bretão substituiu o português, também obrigatório) O choque cultural (num português direto: deu merda!) O aborígene chorando (sobrou para os silvícolas) O inglês sorrindo (a lei do mais forte - desde que inventaram a pólvora) É o tema para o nosso carnaval (frase usada em todos os sambas enredo para proporcionar a chamada liga)
O branco e o negro O bretão e o índio O choque cultural O aborígene chorando O inglês sorrindo É o tema para o nosso carnaval
Colonizadores, Na maioria, prisioneiros (como todos sabem, para colonizar essa terra tão distante, a Inglaterra não mandou a realeza, nem mesmo os burgueses, e sim, os condenados e prisioneiros) Trouxeram rum e cerveja (não só trouxeram como movia a economia informal através do contrabando de rum, The Rocks está aí para nos mostrar) Dor de cabeça com coelhos (uma das ideias mais estúpidas já passada pela cabeça de um colonizador, para matar não sei qual espécie, criaram uma das maiores pragas já surgidas no hemisfério sul - e ainda tiram sarro dos portugueses) 1850, corrida do ouro (sim, aqui, a exemplo dos Estados Unidos, também tivemos a corrida do ouro, que foi aproximadamente de 1850 a 1890 e proporcionou às bases do desenvolvimento econômico de Melbourne, outras partes de Victoria, NSW e...) Camêlos do Afeganistão (...Western Australia - com um imenso deserto no meio, foi preciso importar camêlos do Afeganistão para fazerem a travessia) Século XX, fim da colônia (com o país prosperando em função do ouro, era hora de deixar de ser colônia) E a constituição (e firmar a primeira constituição, em 1901)
E hoje, nação multicultural (até 1974 era extremamente discriminatória, mas foi mudando aos poucos e a tendência é ser cada vez mais multicultural) Um paraíso sem igual (é um paraíso e de fato não tem igual) Eu vou pro Coogee (eu não ia, mas acabo de cancelar a viagem para Melbourne, portanto, eu vou para o Coogee) Brincar o Carnaval (sim, pra brincar o carnaval, tipo folião)
E hoje, nação multicultural Um paraíso sem igual Eu vou pro Coogee Brincar o Carnaval
Dizem que quem mora um tempo na Austrália, dificilmente deixa o país sem uma tatuagem, piercing ou outro tipo de arte no corpo. Verdade ou lenda, o fato é que a forte presença dos maoris e de outros nativos do Pacífico têm muita influência na proliferação desta cultura, além de outros fatores.
Entre hoje e domingo, no Sydney Showgrounds Halls 3 & 4 (Sydney Olympic Park), acontece o III Sydney Tatoo & Body Art Expo, festival que reúne artistas nacionais e internacionais, freaks, pin girls, bursleque shows, competições, hot rods, bikes customizadas e muito mais.
Entre os tatuadores presentes, estará Luciano Lima, da Kaleidoscope Tatoo (255 Bondi Road), estúdio que já tatuou atrizes mundialmente famosas e, mais recentemente, a cantora Ke$ha. O time da Kaleidoscope, que inclui mais dois brasileiros, estará no booth 119.
Para o evento, Luciano também está pintando um skate deck que será leiloado, com verba revertida para uma organização que cuida de crianças com câncer.
Ingressos a $25. Para ver a localização do booth da Kaleidoscope e a programação completa do festival, clique aqui.
Nesta sexta-feira, às 11h (19h de quinta no Brasil), vai ao ar na rádio SBS2 entrevista que concedi ao Rafael Aiolfi sobre o CarnaCoogee 2011 e o samba enredo que compus em parceria com o Andrezinho Souza. Em português. Para ouvir em Sydney, basta sintonizar em 97.7fm. Caso não consiga, clique aqui e ouça o podcast.
Antes de mais nada, Sérgio Dias, Dinho Leme, Henrique Peters, Vitor Trida, Vinicius Junqueira, Fábio Recco e Bia Mendes, muitíssimo obrigado. Que show maravilhoso! Vocês são fantásticos!!!
Os Mutantes seguem para Melbourne, mas a vida continua. E com o Fernando Aragones na estrada divulgando a Gone Forever Tour. Ele se apresenta hoje à noite com o Costa Rae no Beach Hotel, em Byron Bay, sábado no Varrierdale Hall, em Eumundi (QLD), e domingo no Federal Hotel, em Bellingen (NSW).
Brasileiros de Noosa Heads e Sunshine Coast em geral, dêem um pulo no Varrierdale Hall, onde estará rolando a Fool Moon Party, pois os caras são muito bons.
E como ainda é carnaval na... Bahia, por aqui seguimos o embalo. Hoje, a partir das 20h, tem o carnaval "boné no armário" do Hugo's. Boné no armário porque ele, juntamente com a regata, a bermuda da Quicksilver e a corrente de prata terão de ficar em casa, já que o lugar requer um certo, digamos, rigor, esteticamente falando (jeans e camisa já estão valendo).
Por outro lado, a entrada será grátis, a pizza, uma das melhores da cidade, custará somente 5 doletas, assim como a Skol e a caipora. Mais! Abuka começa o aquecimento e depois passa a bola para a Faiscada, que promete quebrar absolutamente tudo.
Imperdível também será o show do Watussi, do nosso hermano Osaca Jimenez, que acontece nesta sexta, na Oxford Art Factory, em Darlinghurst. A banda aussie/colombiana está lançando o EP "1000 Handsome, 1000% Guapo" e vive um momento ímpar na carreira, já que foi escalada para abrir os shows da turnê australiana de ninguém menos do que o grande Carlos Santana. Isso mesmo! Entrada na Art Factory a 15 doletas (serão 4 bandas). Ingressos aqui!
E sábado, claro, como sabem, é dia de CarnaCoogee, mas isso é tema para o post de amanhã.
Por ora, mais uma vez, viva Os Mutantes e, melbourneans, o mesmo de Sydney serve para vocês: quem não for no show desta sexta, na The Forum, não vai para o Céu. É sério!
Continuando a "Semana Os Mutantes", vamos com um pouco de samba. Afinal, é carnaval!
No último álbum da banda, "Haih or Amortecedor", lançado em 2009, eles gravaram Samba do Fidel, uma versão, digamos, atualizada, do clássico cucaracho El Justiciero, registrado originalmente em "Jardim Elétrico", de 1971 (vídeo abaixo).
Os shows, como todos sabem, acontecem nesta quarta, em Sydney, e na sexta, em Melbourne. Entre os dois, na quinta-feira, um respiro com o samba, não o do Fidel, mas o do Hugo. Na verdade, do Hugo's, que depois do sucesso do forró no mês passado, agora vem com especial de carnaval começando com Abuka Dua às 20h no terraço, seguido por Faiscada das 22h às 23h30, lá dentro, show com mulatas, bateria e capoeira, e fechando com mais Faiscada até altas horas da madrugada.
A entrada é grátis e cerveja Skol, drinks com sagatiba e pizza são todos $5. O único detalhe é o visual, já que o Hugo's é uma casa frequentada por parte da elite de Sydney. Portanto, chinelos, regatas, bermudas e tênis furados deverão ficar de fora. De resto, é só diversão!
Continuando no tema carnaval, domingo passado tivemos ensaio do bloco para o CarnaCoogee e a coisa está realmente melhorando. A bateria, aos poucos, começa a se entender, os puxadores se familiarizam mais com a letra e, o mais importante, as pessoas estão aprendendo e cantando.
Graças ao esforço mesopotâmico de Luciana Campello, abaixo segue trecho do ensaio para vocês irem pegando a melodia do enredo para sábado, dia do carnaval. E como muita gente tem me perguntado sobre o significado de algumas passagens do samba, segue abaixo comentário frase a frase.
Do Capitão Cook ao Mate - É carnaval no Coogee Bay(Andrezinho Souza / Pablo Nacer)
How are you bro? How's going mate? É carnaval vem sambar no Coogee Bay!
How are you bro? How's going mate? É carnaval vem sambar no Coogee Bay!
Austrália querida, continente tão distante (sim, gostamos da Austrália e é longe pra chuchu) Terra de beleza fascinante (sim, é linda) Sua história vou contar (é o que todos os sambas enredo fazem, contam alguma história, em geral com índios, negros, caravelas e portugueses, mas não necessariamente nesta ordem)
Capitão Cook, o primeiro (obviamente ele não foi o primeiro, os chineses estiveram aqui em 1422, os holandeses em 1600 e pouco e os aborígenes estão há mais de 40 mil anos, mas sendo o descobridor oficial do país, vamos relevar) Enviado por George III (esse rei, que o enviou, era completamente louco, rivalizava com a nossa rainha dona Maria I, a Louca) Aportou no Rio de Janeiro (sim, a expedição que resultou no descobrimento da Austrália passou pelo Brasil, ficando uns dias no Rio de Janeiro) De lá, pit stop na África (sim, do Rio deu uma passadinha na África do Sul, parada oficial da rota Atlântico-Índico) Em Fiji, o céu observar (além de galardo dos mares, Cap. Cook também era astrônomo, e um dos objetivos da viagem era justamente observar o céu de Fiji) E ao sul, Austrália desbravar (o objetivo principal da missão)
O branco e o negro (todo samba enredo precisa ter o branco e o negro) O bretão e o índio (todo samba enredo precisa ter índio e, no caso da Austrália, o bretão substituiu o português, também obrigatório) O choque cultural (num português direto: deu merda!) O aborígene chorando (sobrou para os silvícolas) O inglês sorrindo (a lei do mais forte - desde que inventaram a pólvora) É o tema para o nosso carnaval (frase usada em todos os sambas enredo para proporcionar a chamada liga)
O branco e o negro O bretão e o índio O choque cultural O aborígene chorando O inglês sorrindo É o tema para o nosso carnaval
Colonizadores, Na maioria, prisioneiros (como todos sabem, para colonizar essa terra tão distante, a Inglaterra não mandou a realeza, nem mesmo os burgueses, e sim, os condenados e prisioneiros) Trouxeram rum e cerveja (não só trouxeram como movia a economia informal através do contrabando de rum, The Rocks está aí para nos mostrar) Dor de cabeça com coelhos (uma das ideias mais estúpidas já passada pela cabeça de um colonizador, para matar não sei qual espécie, criaram uma das maiores pragas já surgidas no hemisfério sul - e ainda tiram sarro dos portugueses) 1850, corrida do ouro (sim, aqui, a exemplo dos Estados Unidos, também tivemos a corrida do ouro, que foi aproximadamente de 1850 a 1890 e proporcionou às bases do desenvolvimento econômico de Melbourne, outras partes de Victoria, NSW e...) Camêlos do Afeganistão (...Western Australia - com um imenso deserto no meio, foi preciso importar camêlos do Afeganistão para fazerem a travessia) Século XX, fim da colônia (com o país prosperando em função do ouro, era hora de deixar de ser colônia) E a constituição (e firmar a primeira constituição, em 1901)
E hoje, nação multicultural (até 1974 era extremamente discriminatória, mas foi mudando aos poucos e a tendência é ser cada vez mais multicultural) Um paraíso sem igual (é um paraíso e de fato não tem igual) Eu vou pro Coogee (eu não ia, mas acabo de cancelar a viagem para Melbourne, portanto, eu vou para o Coogee) Brincar o Carnaval (sim, pra brincar o carnaval, tipo folião)
E hoje, nação multicultural Um paraíso sem igual Eu vou pro Coogee Brincar o Carnaval
Comecemos a Semana Os Mutantes do início, lá atrás em 1968, com o álbum que entrou para a história como o manifesto musical do movimento tropicalista, "Tropicalia ou Panis et Circencis”. Com arranjos do grande maestro Rogério Duprat, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Nara Leão, Tom Zé, Capinan, Torquato Neto e, claro, Os Mutantes, lançaram as bases do que iria transformar a música brasileira para sempre.
Entre as influências do tropicalismo estava a poesia concreta dos anos 1950, como na canção composta por Caetano e Gil Bat Macumba, presença garantida no set list que Os Mutantes tocarão nesta quarta, em Sydney, e na sexta, em Melba.
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat Ba Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá!