Há pouco mais de um ano, publiquei post no blog sobre a Sullen Domingues, brasileira que conheci na escola cerca de um mês antes de morrer no apartamento do neurocirurgião Suresh Surendranath Nair.
Segundo o médico que fez a autópsia no corpo, foi encontrado nível letal de cocaína no organismo da estudante. Porém, no período entre os primeiros sinais que estava perdendo a consciência e a deterioração, o neurocirurgião teve, pelo menos, 20 minutos para tentar salvá-la.
Não o fez porque, segundo as informações que estão surgindo da Downing Centre Local Court, em Sydney, onde o caso está em andamento, o homem consumia e oferecia quantidades cavalares de cocaína, não somente para Suellen, mas para algumas garotas de programa que foram chamadas após a morte.
Sim, Suellen morreu em 19 de novembro. Na madrugada do dia 20, pelo menos três prostitutas foram chamadas ao apartamento, e de lá eles foram para um hotel. O corpo foi achado no dia 21.
Em fevereiro do ano passado, Victoria McIntyre também morreu no mesmo apartamento e pela mesma causa: overdose de cocaína. Neste caso, três ou quatro garotas de programa foram enviadas por uma agência.
Desde que o caso voltou a mídia no início desta semana, tenho recebido emails de amigos brasileiros indignados com a imprensa australiana. E eles têm toda razão, uma vez que, desde o ano passado, quando foi achada morta, os textos referem-se a ela como prostituta.
Apesar de evidências, em nenhum momento foi compravado que a gaúcha era garota de programa. Porém, a grande imprensa, essa dos veículos "oficiais" de comunicação que felizmente estão perdendo cada vez mais força e espaço com a revolução tecnológica que estamos vivendo, presumiram que ela era prostituta e ponto. O que é um total desrespeito não só com a memória dela, mas com Dona Solange, a mãe, toda a família, amigos e até mesmo com a mulher brasileira.
Se o mesmo tivesse acontecido com uma australiana e não com uma estrangeira cuja família está do outro lado do mundo, será que também a chamariam de prostituta sem antes procurar saber se de fato era?
De coração, espero que os órgãos oficiais do Brasil estejam dando todo suporte à família, ou pelo menos acompanhando o caso, já que os familiares têm todo o direito de saber o que está acontecendo através de fontes oficiais e não somente de jornais escritos em inglês e via internet.
E, indo um pouco além, será que o governo brasileiro não poderia entrar com uma ação contra esses veículos que a estão difamando? Se fosse a filha de um distinto deputado, senador ou ministro, permitiriam que a chamassem de prostituta ou o Itamaraty já teria sido acionado?
Parabéns pela postagem, Pablito, pelo acompanhamento do caso e pelo apoio aos familiares da Suellen Domingues Zaupa – Dona Solange... Se pudesse (como tempo de certo farei), traduziria em inglês precisamente como nas suas palavras – perdão pelo desabafo e o baixo-calão – e meteria este texto exatamente onde essa mídia australiana escrota merece!!
ReplyDeleteAbs, irmão... E, mais uma vez, felicitações e respeito pelo apoio a nós conterrâneos aqui fora, pois, muito infelizmente, não são muitos q têm "las pelotitas" e essa responsabilidade, não!!
Pablito, obrigada pelo apoio, apesar das "evidências" tenho certeza que minha filha não era garota de programa e nem usava cocaína. Acompanhava a vida dela na Austrália semanalmente.
ReplyDeleteSolange Domingues
Me enoja essa midia australiana que julga todo mundo da maneira como querem. Nao conheci a garota, mas pelo que vim, nao me parece que era garota de programa e sim, uma brasileira cheias de sonhos, aventureira, que so queria se divertir como eu,ou qualquer outra jovem, aprender sobre outras culturas, etc. Meu marido e australiano e quando viajamos, sempre que vemos australianas ele se envergonha com a atitude delas em outros paises, ou ate mesmo aqui...Sempre bebadas, drogadas, gritando, mostrando os seios e sentadas de perna aberta, sem nehuma .maneira, educacao, etc. ..isso ninguem comenta, mas julgar alguem que ja morreu e mto facil, especialmente quando a familia nao esta aqui p/ defender a memoria da sua filha. O mais engracado e que nimguem julga esse tal medico que considero um assassino a sangue frio, que mesmo sendo medico nao a prestou os devido socorros e o mesmo fato aconteceu com outra garota. Eh mta injustica!!So espero que a familia da Suellen esteja bem e que um dia justica seja feita a ela! Familia Zaupa vou estar aqui rezando por vcs sempre e do mesmo jeito que a Suellen ta sendo julgada pode acontecer com qualquer um de nos brasileiros ou outra raca morando fora de casa!
ReplyDeleteIsto não acontece só aí não!
ReplyDeleteÉ a "tal" imprensa, que tem aqui também, que julga como quer, sem pesquisar direito.
O que importa é que a família e os amigos sabem como era a pessoa
querida.
Mas é tudo tão triste ..........
Pessoal, obrigado pelas mensagens. Dona Solange, pode contar comigo para o que precisar por aqui. Eu e o Gel estamos acompanhando as notícias e vamos tentando ajudar na medida do possível. Muita força para a senhora e que a justiça seja feita - não somente a dos homens.
ReplyDeletePablito, a imprensa australiana pode estar cometendo erros fatuais, mas "chamar de prostituta", ou 'sex worker' como se usa aqui, não é necessáriamente ofensa ou desrespeito, especialmente em NSW, onde a atividade é legalizada e regulamentada. Dito assim, o desrespeito e a discriminação ficam às sex workers.
ReplyDeleteOs meus sentimentos de solidariedade vão para a família e os amigos da Suellen.
ReplyDeleteObrigada pelo apoio, pela abordagem, nós da família sabemos que Suellen não era garota de programa. E nessa semana em razão dos depoimentos dados aí, coisas que li, fiquei muito chateada...ela era como minha irmã, era madrinha do meu filho, afilhada dos meus pais. A Su era super família. Então ler algo em favor dela me fez sentir um pouco melhor, mais uma vez obrigada, Viviane.
ReplyDeleteGalera, valeu pelas mensagens, em especial você Viviane. Estarei acompanhando por aqui. Muita força pra família aí no Brasil!!!
ReplyDeleteGente é tudo muito triste e doloroso, mais as proprias amigas dela, que estavam com ela no dia de sua morte, disseram em depoimento que foram contratadas por 26 mil dolares, para fazer sexo grupal, sem camisinha e fazer uso de cocaína...
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